Epica: Lançado The Holographic Principle, o novo álbum da banda

Por Willian Jhonnes

The Olographic PrincipleDois anos após o lançamento de The Quantum Enigma, os holandeses do Epica lançam seu sétimo álbum de estúdio. Com um trabalho gráfico extremamente requintado, que inclui um “livro” para a versão em três CDs, o álbum mantém a qualidade de seu antecessor, tanto musical quanto visualmente.

O nome do álbum é inspirado em um princípio da física quântica, parte integrante da teoria das cordas. O conceito gráfico do álbum, assinado por Stefan Heilemann, nos remete à essa teoria, ligando-se ao espaço e, levemente, à tecnologia. A versão standart do álbum conta com 17 faixas finamente compostas e arranjadas. A produção musical ficou a cargo de Joost van der Broek, sendo gravado nos estúdios Sandlane Recording Facilities, mixado por Jacob Hansen (VOLBEAT, DESTRUCTION) e distribuído pela Nuclear Blast.

O álbum abre, fazendo jus ao nome da banda, com Eidola. Com certeza você já ouviu aqueles primeiros cinquenta segundos em alguma chamada de algum filme de ação. A música se desenvolve com toda a dinâmica de uma peça para orquestra, com vocais líricos, violinos e metais, deixando aquela impressão de que estamos assistindo a um filme.

Edge of the Blade vem a seguir, mostrando força e peso, mesclados com a delicadeza da voz de Simone Simons, coros líricos e os vocais guturais de Mark Jansen.

Em A Phantasmic Parade, a fórmula da faixa anterior se repete, mas isso não quer dizer que seja uma música repetitiva. Ao contrário, esta música se mostra mais dinâmica e fluida.

A delicadeza dos primeiros segundos de Universal Death Squad nos engana. Essa é uma música pesada, rápida, no melhor estilo Epica de compor. Os arranjos de Ariën van Weesenbeek para a bateria são fantásticos e, mais uma vez, Mark rouba a cena com seus vocais.

Divide and Conquer traz, como o próprio nome sugere, Mark e Simone dividindo os vocais, como que dialogando. As vozes de violino e os coros líricos foram milimetricamente encaixados na música, trazendo a sensação de que isso não é apenas uma música qualquer. Até mesmo as passagens narradas, com trechos extraídos de discursos, ajudaram a compor esta atmosfera.

Beyond the Matrix traz um destaque maior para Rob Van der Loo, com linhas de baixo bem marcadas e momentos onde apenas ele e Ariën aparecem tocando. Mais uma vez, os corais líricos se encaixam perfeitamente à musica, assim como os vocais de Mark.

As vozes de violino no início de Once Upon a Nightmare nos trazem, novamente, a impressão de estarmos assistindo a um filme. A voz delicada de Simone ao som do piano, com pequenos coros de cordas ao fundo, criam uma atmosfera suave e envolvente, nos preparando para o que vem a seguir: os riffs pesados de Isaac Delahaye e Mark Jansen. A mescla desses elementos ao decorrer da música a transforma numa canção forte e, ao mesmo tempo, delicada.

Depois da delicadeza de Once Upon a Nightmare, The Cosmic Algorithm nos puxa de volta à proposta do álbum: o peso e a agressividade do Heavy Metal. Mais uma vez, os corais líricos, em conjunto com a voz de Simone, formam o contraponto aos riffs e aos vocais de Mark, que mostram quem é o Epica.

Ascention – Dream State Armageddon segue a linha de sua antecessora: forte, com todo o peso que a banda sabe colocar em suas músicas. Mais uma vez, o destaque são os arranjos de Ariën, com frases rápidas e precisas nos pedais duplos.

Dancing in a Hurricane vem com temas orientais, juntamente com um coro de cordas em um mais do que acertado crescendo. A banda vem com toda a sua força, mostrando, novamente, porque o Epica é uma das maiores de seu estilo: beleza e agressividade.

Tear Down Your Walls inicia mansa, como um carinho, mas não se engane: esta não é uma música calma. Os riffs de Mark e Isaac nos lembram que esta é uma banda de Heavy Metal e que eles não estão aqui pra brincadeira.Os coros líricos estão perfeitamente encaixados nessa atmosfera de peso e agressividade, ampliando nossa percepção da própria música.

A faixa título, The Holographic Principle – A Profound Understanding of Reality faz jus ao seu nome (a música tem 11:36!). Rica, cheia de nuances e de uma dinâmica espetacularmente executada, traz tudo o que o Epica tem sido ao longo dos anos: uma banda capaz de inovar, sem nunca deixar de seguir seu próprio estilo. Os vocais de Mark, a bateria de Ariën, a voz de Simone, tudo combinado com com os coros e vozes de cordas, criam uma experiência única, a qual apenas eles são capazes de criar.

Beyond the Good, the Bad and the Ugly começa e você tem a sensação de que é outra banda tocando. Mas a inconfundível voz de Simone se mostra limpa, suave, nos lembrando: ainda é o Epica. Violões e palmas dão um toque especial à música, assim como os backing vocals que lembram os temas de filmes Western.

Assim como sua antecessora, Dancing in a Gypsy Camp traz uma temática inspirada no título da música: violões, palmas e acordeões nos transportam à atmosfera de um acampamento cigano, com sua força e riqueza de detalhes. Os coros e violinos compõem o aspecto flamenco da música, destacando ainda mais a voz de Simone.

Immortal Melancholy – Acoustic Version traz uma melodia suave, executada em voz e piano, em um crescendo ao decorrer da música. Um acordeão acompanha as passagens de uma melodia, como o nome sugere, levemente melancólica.

The Funky Algorithm traz violões, violinos e uma flauta transversa, dando à música um ar alegre e suave. Mais uma vez o Epica mostra sua versatilidade ao executar algo tão inesperado.

Universal Love Squad é uma balada suave, cheia de aspectos interessantes, como a percussão que acompanha a música, os arranjos de cordas e os backing vocals. Em contraponto à Universal Death Squad, essa música fecha o álbum de maneira sublime.

Mais uma vez o Epica prova que consegue ser sempre melhor a cada álbum. Uma produção grandiosa, requintada, trazendo aos fãs da banda uma experiência inigualável.

Lembrando: o álbum já está disponível no Spotify e no Deezer!

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