Três anos após sua primeira passagem por Curitiba, os veteranos do The Sisters of Mercy retornaram para um novo show, trazendo em sua bagagem músicas que inspiraram diversas bandas em diferentes décadas. Com produção da Red Records e Top Link, o evento aconteceu, novamente, na Ópera de Arame e contou com a abertura dos curitibanos da The Secret Society e o DJ JackJack.

Marcado para começar às 21h, os shows sofreram alguns atrasos, nada que afetasse o ânimo dos fãs ali presentes. Aliás, os fãs eram um evento à parte. Formado por jovens e adultos de todas as idades, mostrando como, mesmo com apenas três álbuns oficiais em sua carreira, os Sisters of Mercy continuam atraindo e influenciando as novas gerações.

The Secret Society

O trio formado Guto Diaz (baixo e vocal), Fabiano Cavassin (guitarra) e Orlandinho Custódio (bateria) já é conhecido pelo público curitibano e vem ganhando projeção nacional e internacional, abrindo para bandas como Saxon, Angra e a cantora Tarja Turunen no Chile (show que, por conta das recentes manifestações, precisou ser cancelado). A banda, que recentemente lançou seu full lenght “Rites of Fire” abriu o show com “Mephistofaustian Transluciferation”, primeira faixa do seu álbum. O grupo, que faz uma boa mistura de hard rock e pós punk, reuniu toda a sua energia e empolgação em 40 minutos de show, passando por hits como “Beyond The Gates”, “Rites of Fire” e “The Archictecture of Melancholy”. Sem dever a banda alguma, The Secret Society é competente e já tem sua parcela de fãs, que os aplaudiam a cada oportunidade.

SETLIST THE SECRET SOCIETY

Mephistofaustian Transluciferation
Beyond The Gates
Fields of Glass
Rites of Fire
Mercy
The Final Cut
The Archtecture of Melancholy
Rubicon

The Sisters of Mercy

Andrew Eldricht

Após o aquecimento com The Secret Society, chegou o momento tão aguardado de ver o The Sisters of Mercy subir ao palco da Ópera de Arame, uma ótima escolha para a teatralidade que o show demanda. O grupo, que fez sucesso entre os anos 80 e 90 com seu estilo sombrio, o uso da bateria eletrônica – batizada de Doktor Avalanche – e o vocal profundo e cavernoso do vocalista Andrew Eldritch, passou por diversas formações e hoje conta com Ben Christo (guitarra e baixo), Dylan Smith (guitarra e backing vocals) e Ravey Davey operando a Doktor Avalanche.

Quando os primeiros acordes de um dos seus grandes sucessos começou a soar, o público imediatamente reagiu em euforia. Abrindo o show com o “More”, o grupo deixou a Ópera de Arame em um clima sombrio e soturno, com muita fumaça e show de luzes e sombras. Intercalando entre músicas lentas, como “Ribbons“, “Crash and Burn” e “No Time to Cry” e agitadas, como os hits “Alice“, “Dominion/Mother Russia” e “First and Last and Always“, o The Sisters of Mercy mostra o porque de, em quatro décadas de banda e apenas três álbuns oficiais, consegue manter um público fiel que acompanha entusiasmada cada passo do líder Andrew.

Misturando elementos pop, rock, dance e psicodélico, o Sisters ganhou destaque ainda nos anos 80 por seu estilo tanto musical quanto visual. Com letras profundas abordando temas como drogas, religião, sexo e espiritualidade e suas roupas predominantemente pretas, o grupo não só conquistou uma legião de fãs como, também, influenciou outras tantas bandas.

O guitarrista Ben Christo Foto: Willian Jhonnes

Peso e harmonia

A fama de exigente persegue Eldricht, mas com razão. Neste show, a atual formação do grupo trouxe todo o peso e harmonia que tanto marcou o som da banda. Ben Christo (guitarra e baixo) e Dylan Smith (guitarra e backing vocal) mostraram-se extremamente competentes para acompanhar Andrew, além de serem os principais responsáveis pela performance do grupo, visto que Andrew Eldritch não é muito famoso por seu carisma e empolgação.

Mas os fãs já sabem como ele é: irônico, sarcástico, sem muitas papas na língua e sem muita paciência pra interações com o público, embora ele já tenho declarado em algumas (das suas poucas entrevistas) que ele ainda gosta de se apresentar. Bem, voltando ao show, após fazer um remember da sua discografia, o grupo sai do palco para o tão aguardado bis. Em poucos minutos eles retornam para a apresentação dos últimos grandes hits, encerrando a noite com as clássicas “Lucretia“, “Vision Thing“, “Temple of Love” e, cantada em uníssono, “This Corrosion“.

O show cumpriu o que prometeu, foi direto ao ponto. Música, sombras e fumaça completaram o clima gótico da banda que ajudou a construir o estilo e hoje procura fugir dela. Tarde demais.

SETLIST THE SISTERS OF MERCY

More
Ribbons
Crash and Burn
Doctor Jeep / Detonation Boulevard
No Time to Cry
Alice
Show Me
Dominion/Mother Russia
Marian
Better Reptile
First and Last and Always
Instrumental
Something Fast
I Was Wrong
Flood II

Bis

Lucretia My Reflection
Vision Thing
Temple of Love
This Corrosion

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: