Por Marcos Garcia

Imagens: Julyana Dal’Bó

Garden of the Eatingtapes

No último domingo (23), os britânicos do Basement desembarcaram em Curitiba pela 1ª vez na carreira, dando ponto final à inédita turnê realizada na América do Sul e que passou por países como Colômbia, Peru, Chile, México, Argentina e, claro, o Brasil, com shows em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Com um setlist que misturava um pouco dos três álbuns lançados oficialmente pela banda, I Wish I Could Stay Here (2011), Colourmeinkindness (2012) e Promise Everything (2016), o Basement agradou a todos os fãs que compareceram em peso e lotaram a pista do John Bull para ouvir e cantar junto com a banda. O hiato entre 2012 e 2014 fez com que muitos deles não acreditassem na possibilidade de show dos britânicos em solo brasileiro, o que tornou o encontro de domingo ainda mais especial.

Antes da banda principal, os curitibanos do Garden Of The Eatingtapes e Othersame abriram a casa, com um som claramente influenciado pela atração internacional da noite, principalmente no caso da segunda banda. Com riffs muito trabalhados e um vocal agressivo, assim como o do Basement, o Othersame conseguiu manter o público empolgado, mesmo que a todo momento fazendo questão de anunciar que o melhor ainda estava por vir.

Por volta das 21h, o Basement subiu ao palco para arrumar os últimos detalhes e dar

Othersame

início ao show, enquanto os fãs observavam de forma ansiosa e atenta cada movimento dos membros da banda. Último a subir, o vocalista Andrew Fisher deu um boa noite discreto e fez questão de checar se os microfones e o retorno estavam funcionando direito, o que acabou sendo um problema para a banda durante todo o setlist. A microfonia atrapalhou o vocalista, que claramente ficou incomodado com a situação. O público, que a todo momento subia ao palco para o “ritual” do stage dive, também não conseguiu respeitar o espaço pedido pelo artista, que apesar de mais uma vez ter se entregado 100% e superado o cansaço, não pareceu tão a vontade no palco.

Mesmo com os problemas de som e humor, o show teve tudo que o público queria. A poderosa “Whole”, que há bastante tempo dá início aos shows do Basement, foi o pontapé inicial perfeito para um show que misturou momentos de emoção e agressividade na medida certa, uma marca do som dos britânicos. A sequência com “Aquasun” e “Fading” mostrou que a banda estava realmente à vontade em mudar de tom durante o show, não se importando de tocar músicas de fases tão diferentes logo em seguida. Passando pelo Emo, o Hardcore Melódico, o Rock Alternativo e, em algumas músicas do último álbum, pelo Grunge, o Basement deu ao público tudo o que ele esperava e os fãs retribuíram à altura, cantando em voz alta todas as canções.

Basement

A parte final da apresentação contou com “Bad Apple”,”Promise Everything”, “Pine” e, finalmente, “Covet”, outra música com um refrão poderoso, entoado a plenos pulmões por todos os presentes. O setlist durou cerca de uma hora e não teve mudanças em relação aos outros shows da turnê. Satisfeitos, os fãs que lotaram a casa puderam fazer tudo o que um bom show de hardcore exige e proporcionaram um ambiente perfeito durante todo a noite. Mesmo sem o “Encore”, que durante os outros shows da turnê foram preenchidos por “Yoke” ou o cover de “School”, do Nirvana, a banda deixou o palco com o dever cumprido e, nas palavras do guitarrista Alex Henery, com a certeza de que irá voltar ao país em breve.

Ao final do show, os rapazes atenderam aos pedidos de fotos e autógrafos dos fãs e se mostraram bastante gratos com a oportunidade de tocar no Brasil, encerrando uma turnê que certamente ficara na história da banda.

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