Grave Digger: confira como foi o show em Curitiba
Texto e imagens: Willian Jhonnes
Revisão e colaboração: Anna Tuttoilmondo
Dois anos depois de sua última aparição, os alemães do Grave Digger desembarcaram em Curitiba para um show, parte da Healed by Metal South America Tour 2017, que pode ser descrito como incrível, para dizer o mínimo. E algo há a se dizer sobre a banda: após quase 40 anos de estrada (já que ela completa 37 anos de carreira em 2017), o quinteto mostra a mesma força e energia demonstradas ao longo de toda a sua história.
A noite ligeiramente fria de Curitiba convidava a todos a juntar-se à beira do palco do Hermes Bars, que mudou-se de seu antigo endereço para onde funcionava o antigo Music Hall. Com sua

estrutura renovada, o local agora conta com espaços mais confortáveis para o público, inclusive com uma melhor distinção entre a área VIP e a pista, bar mais organizado e atendentes para auxiliar o público. Enfim, a casa foi apenas um dos pontos positivos da noite.
Para começar, a banda Hell Gun, de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, foi convidada para a abertura. O grupo, formado em 2013, mostrou-se muito competente, fazendo jus à escolha. Apresentando um som que, ora soava como Heavy Metal tradicional, ora como NWOBHM, e ora como o bom e velho Thrash Bay Area, o quinteto formado por Matheus Luciano (vocal), Jean Fallas (guitarra), Lucas Licheski (guitarra), Joey Souza (baixo) e Sidnei Dubiella (bateria) tocou por aproximadamente 45 minutos para um público extremamente acanhado. As poucas pessoas que acompanharam o show dos são-joseenses

resumiam-se aos fãs da própria banda e mais algumas outras pessoas, denotando uma falta de respeito e apoio do público local aos artistas da região.
Matheus, vocalista da banda, fazia questão, entre uma música e outra, de agradecer às pessoas que acompanhavam seu show pelo apoio e, claro, pela oportunidade de pisar no mesmo palco que a grande lenda alemã. A estética oitentista da banda, aliada à sua sonoridade, criaram uma atmosfera saudosista, preparando o público para o que estava por vir.
Precisamente às 20:30h, horário marcado para o início do show, os alemães subiram ao palco. O tecladista, Marcus Kniep, vestido com uma túnica preta e uma máscara de caveira, fez a abertura, conclamando o público. Chris Boltendahl (vocal), Stefan Arnold (bateria), Jens Becker (baixo) e Axel Ritt (guitarra) se posicionaram no palco, de costas para o público (com exceção de Stefan), enquanto Marcus conduzia a introdução. Assim que os primeiros

acordes de Healed by Metal começaram a soar, o público foi ao delírio. Chris conduzia os fãs da banda, incitando todos a cantarem com ele. Eles, que já estavam em bom número àquela altura, atendiam ao chamado, cantando com Chris os refrões de todas as músicas.
Nos intervalos entre as músicas, Chris interagia diretamente com o público, agradecendo a todos pela presença e brincando com a timidez de todos. Conforme o show avançava, gritos de “olê, olê, olê, olê, Digger, Digger” eram cada vez mais presentes, fazendo com que a banda brincasse cada vez mais com seus fãs. Durante os pouco mais de noventa minutos da apresentação, a sinergia entre os alemães e o público foi clara, evidenciando porque esta é uma das maiores lendas do metal mundial. Quando Rebellion começou a soar, os fãs já imaginavam: essa música anunciava o final do show. Chris, que durante todo o show interagia com o público, deixava que todos cantassem esse “último” refrão. Ao fim desse clássico, a banda se despediu e se retirou do palco. Novamente, os gritos de “olê, olê, olê, olê, Digger, Digger” voltaram a ser ouvidos.

Em menos de um minuto, a banda estava de volta ao palco, para delírio do público, presenteado com mais duas músicas. Mais uma vez, ao fim da segunda música, os alemães se retiraram. Os fãs, mais uma vez, chamavam a banda que, novamente, subiu ao palco. Assim como no primeiro bis, mais duas músicas foram tocadas, mas desta vez, era o fim. Em Heavy Metal Breakdown, a banda fez uma pausa, com Chris brincando, mais uma vez, com o público. Então, após o último refrão, o show chegava ao fim. Este show entra para a lista de shows memoráveis na cidade, tanto pela banda de abertura quanto pela atração principal, e credencia o Hermes Bar como uma das melhores opções para eventos em Curitiba. A única ressalva, a qual passou quase desapercebida, foi a qualidade do som que, próximo ao fim do show, soava um pouco distorcido nas faixas de graves e sub-graves, fazendo com que a bateria e o baixo soassem um pouco “embolados”.
Aqueles que compareceram ao Hermes Bar foram presenteados com um belíssimo espetáculo. Aos são-joseenses da Hell Gun, meus parabéns, tanto pela presença no palco quanto pela qualidade da sua música. Aos alemães da Grave Digger, meus mais sinceros agradecimentos e à Mosh Productions, parabéns pela organização impecável do evento.
Confira aqui as fotos da banda Hell Gun e aqui as fotos da banda Grave Digger.
Set List
Hell Gun
- Draculla (Intro)
- Kings of Beyond
- Tears of Rah
- Pride to the Nations
- Wolfman
- Cult of Ignorance
- Devil Dogs
Grave Digger
- Healed by Metal
- Lawbreaker
- Witch Hunter
- Killing Time
- Ballad of a Hangman
- Season of the Witch
- Lionheart
- The Round Table (Forever)
- Tattooed Rider
- The Dark of the Sun
- Hallelujah
- Morgane le Fay
- Keyboard Solo
- Excalibur
- Rebellion (The Clans ar Marching)
- The Last Supper
- Call of War
- Highland Farewell
- Heavy Metal Breakdown

Músico há mais de 20 anos, com passagens em diversas bandas no Paraná e Rio de Janeiro, atuou como produtor musical e de eventos voltados ao Metal, desde Heavy Metal ao metal extremo. Foi colaborador da extinta revista Dynamite (SP) como redator, repórter e fotógrafo e atualmente atua na Artemis Rock News.