Por: Willian Jhonnes

The Rise of Chaos
The Rise of Chaos

Eles estão de volta! Três anos depois do lançamento de Blind Rage, os alemães do Accept lançam The Rise of Chaos, seu décimo quinto álbum de estúdio. Mostrando uma pegada renovada, já que Uwe Lulis e Christopher Williams substituíram Herman Frank e Stefan Schwarzmann respectivamente, o quinteto mostra força e uma forma impecável neste novo álbum. Assim como nos três álbuns anteriores, a produção ficou a cargo de Andy Sneap, com o apoio da própria banda. A arte é assinada por Gyula Havancsák e o álbum leva o selo da Nuclear Blast, sendo lançado simultaneamente em CD e nas principais plataformas de streaming.

Em entrevista anterior ao lançamento, Wolf Hoffmann disse que o título deste álbum remete “a todo o caos que o homem criou no mundo”, o que fica evidente em faixas como What’s Done Is Done, No Regrets, Race to Extinction e, claro, a faixa título. E por falar nisso, vamos às músicas!

Em Die by the Sword, o Accept mostra que vem mantendo suas composições na mesma linha dos álbuns anteriores, principalmente o Stalingrad. Se a compararmos com a faixa de abertura do álbum anterior – Blind Rage – ela deixa um pouco a desejar, principalmente no refrão, já que Stampede tem um refrão muito forte. Mark Tornillo continua afiado, é verdade, e a música é muito bem composta, com o baixo de Peter Baltes falando alto em uma linha bem marcada, mas as guitarras parecem não ter o mesmo peso nessa faixa.

Hole in the Head é outra faixa que mostra que o Accept não envelheceu, mas que parece ter se acomodado em uma posição confortável. O refrão é bem cadenciado e as passagens, como sempre, são bem encaixadas, mas a música em si não apresenta nada de novo.

The Rise of Chaos resgata um pouco da força do álbum anterior, com um refrão forte e uma bateria bem pesada e dinâmica. As passagens são bem elaboradas e mais complexas daquilo que o Accept se acostumou a fazer ao longo de todos esses anos, o que torna essa música muito interessante e uma excelente faixa título.

Koolaid mostra um Accept mais moderno, de certa forma. Mesmo que a fórmula para essa música seja algo que a banda já venha utilizando há algum tempo, com o baixo marcando bem suas linhas junto com a bateria e as guitarras compondo uma harmonia diferente, ela distancia um pouco a música do Heavy Metal tradicional, mostrando que a banda pode ser realmente versátil quando quer.

No Regrets é impressionantemente pesada – dentro daquilo que se espera do Accept, é claro -, com riffs carregados e uma composição mais sombria. Wolf Hoffmann e Uwe Lulis dão um punch muito interessante aos riffs, enquanto Christopher Williams “senta o braço” na bateria, deixando claro que, sim, essa é uma banda de Heavy Metal.

Analog Man traz o bom e velho Heavy Metal tradicional de volta – uma alusão à própria letra da música, que fala de um homem analógico preso em um mundo digital – em uma época recheada de subgêneros “moderninhos”. Em várias passagens, a impressão é que estamos ouvindo o mesmo Accept de Balls to the Wall, o que, para os fãs mais antigos da banda, pode representar algo realmente importante, já que a banda se mantém fiel àquilo que ela sempre se propôs a fazer.

What’s Done Is Done nos traz a impressão de que as mudanças ocorridas na banda nos últimos dois anos só fizeram bem a ela. Christopher Williams deixa sua marca nas passagens e imprimindo bastante peso à musica, tendo bastante liberdade para usar as frases de bumbo duplo – algo raro na carreira do Accept. A música é forte, com um ótimo refrão, e traz um “quê” a mais que faz com que tanto os fãs antigos quanto os mais novos saibam: isso é Accept!

Worlds Colliding resume bem o que é – e sempre foi – o Accept: uma música com um refrão “grudento” (mas não num sentido ruim, claro), riffs bem encaixados e um Heavy Metal bem composto, com excelentes vocais e bastante peso na cozinha. Mark Tornillo mostra, mais uma vez, que a banda pode seguir tranquila, tendo à frente um dos melhores vocalistas de toda a sua história.

Carry the Weight vem, mais uma vez, com Christopher Williams “sentando o braço”, com uma pegada muito forte – principalmente nas viradas – cadenciando a música em determinadas partes. A faixa é muito intensa e mostra o melhor desta fase do Accept: a liberdade que os novos integrantes têm de mostrar o que podem fazer e, com isso, explorar ao máximo tudo o que a banda pode ser.

Race to Extinction fecha o álbum com a mesma força da faixa anterior. Com uma liberdade criativa imensa e uma sintonia fenomenal, a dupla Christopher/Peter impõe o peso que faltou às duas primeiras faixas do álbum, mas que sobrou em todo o restante.

E, mais uma vez, o quinteto alemão prova que, não só a banda, mas o Heavy Metal continua em forma, com composições que mesclam o jeito de ser do Accept com a nova pegada que a banda adquiriu com os novos integrantes. Para quem ainda não teve a oportunidade, não deixe de ouvir. Se você já ouviu, ouça de novo, pois, mesmo com a impressão inicial que as primeiras faixas deixam, o álbum todo é muito bom, coeso, pesado e intenso.

The Rise of Chaos (Spotify): https://open.spotify.com/album/5jgGvvWWO3EAolDdLI9HH6
The Rise of Chaos (vídeo): https://www.youtube.com/watch?v=tFqFYHFNeCc

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