Por Anna Tuttoilmondo

Com bons arranjos instrumentais de um death metal harmônico e visceral, além de uma temática profunda acerca dos problemas sociais e individuais resultantes da dependência química, o Narcotic Wasteland lançou seu primeiro álbum em 2014, deixando uma boa impressão para público e mídia especializada.

Formada por Dallas Toler-Wade (guitarra), Edwin Rhone (guitarra) e Chris Dupre (baixo), o grupo, que se prepara para lançar seu segundo álbum, recentemente anunciou o novo integrante, Phil Cancilla, nas baquetas.

Batemos um papo com Dallas Toler-Wade (Nile), uma das mentes por trás do Narcotic Wasteland, para conhecermos mais sobre a história e as novidades dessa, que já é considerada uma grande banda para os mais ávidos fãs de metal. Confira!

 

Dallas Toler-Wade
Dallas Toler-Wade

Artemis: A Narcotic Wasteland  foi formada reunindo pessoas com as quais você já tinha trabalhado anteriormente. Como você teve a ideia de unir essas pessoas e formar a banda?

Dallas: Bem, quando eu comecei a ter ideias para as músicas, era para ter sido, originalmente, um projeto paralelo onde eu tocaria todos os instrumentos. Mas, quanto mais eu trabalhava nas músicas, mais queria uma banda completa. Eu sou amigo há 25 anos e, no passado, toquei com Edwin Rhone. Tocamos juntos em bandas do início aos meio dos anos 1990. Quando Edwin e eu começamos a conversar sobre fazer da Narcotic Wasteland uma banda de verdade, ele me recomendou Chris Drupe, que também é da nossa cidade natal. Levou um tempo para encontrar o baterista certo. Todas as músicas estavam escritas dois anos antes que pudéssemos encontrar o Erik Schultek graças ao meu amigo George Kollias.

Artemis: O álbum homônimo de estreia recebeu várias críticas positivas. Como foi o processo de gravação desse álbum?

Dallas: Erik gravou a bateria sozinho. Ele tem um estúdio bem legal, na verdade, e continua evoluindo. Edwin, Chris e eu gravamos o restante no meu estúdio, em casa, e Edwin mixou o álbum com a nossa ajuda.

Artemis: A temática do primeiro álbum é bem densa, com letras abordando a dependência química de uma maneira bem pessoal e intensa. O que os levou a explorar esse assunto?

Dallas: O conceito básico da banda vem da cidade onde Ed, Chris e eu crescemos. Haviam drogas pesadas disponíveis para mim quando eu tinha dez anos de idade, e estava em todo lugar. Conforme eu crescia, entendi que não havia muito o que fazer e acabei me envolvendo. Felizmente, todos nós tínhamos uma paixão muito profunda pela música, e provavelmente foi isso o que nos salvou.

Tendo dito isso, esse é o tema geral da banda, pois escrevemos sobre muita coisa, de anti-religião à psicologia humana. Eu não acho que qualquer banda deva ficar restrita ao seu nome ou temática principal. Como eu sempre digo, o Iron Maiden não escreve canções sobre “donzelas de ferro”.

Outra inspiração vem da perda de muitas pessoas queridas para as drogas. Absent Friends, a última música do álbum, é sobre uma amiga minha que morreu após uma mistura de barbitúricos e crack.

Chris Dupre
Chris Dupre

Artemis: Como tem sido a recepção à Narcotic Wasteland?

Dallas: Tem sido muito boa. Tenho recebido muitas mensagens pessoas de fãs que dizem que, ao ouvir o álbum, isso os têm ajudado a perceber e aceitar seus problemas com drogas. Eu, pessoalmente, luto contra o álcool e é muito bom para mim poder me conectar com as pessoas em algo diferente da típica maldade e escuridão, ou imagens satânicas, ou deuses antigos. A Narcotic Wasteland é escuridão, morte e destruição na vida real. Temos muitos fãs nos perguntando quando vamos fazer shows. Planejamos fazer algumas turnês em 2017 após o lançamento do nosso novo álbum.

Artemis: Vocês recentemente anunciaram a saída de Erick Shultek da bateria. Como tem sido o processo para encontrar um novo baterista?

Dallas: Estamos ensaiando com um grande baterista e pretendemos fazer o anúncio oficial em breve. (N.E.: esta entrevista foi concedida pouco antes do anúncio de Phil Cancilla como o novo baterista da banda.)

Artemis: Vocês também anunciaram que estão gravando o seu segundo álbum. Como tem sido este novo processo?

Dallas: Tem sido ótimo. Estamos muito mais focados dessa vez, numa mistura perfeita raiva e tristeza. Eu tenho exploradoum pouco mais algumas ideias, então haverá uma maior variedade nas músicas nesse álbum.

Artemis: O que vocês vão abordar nesse novo álbum? Vão seguir a temática do primeiro?

Dallas: Sim, algumas coisas serão similares ao primeiro álbum, mas vamos expandir um pouco as coisas, explorando temas como o comportamento humano tóxico, e este álbum será um pouco mais introspectivo. Eu tenho ainda, pelo menos, mais duas músicas para terminar, então, sabe-se lá sobre o que serão. Eu realmente sinto que conseguiremos nos conectar com as pessoas num nível emocional muito mais forte desta vez.

Artemis: Como tem sido conciliar as agendas do Nile e do Narcotic Wasteland? O trabalho de uma banda acaba interferindo no trabalho da outra?

Dallas: Não. Eu nunca permitiria que isso acontecesse. Nós sempre sabemos com antecedência como serão as agendas das bandas, então temos tempo de sobra pra fazer com que as coisas funcionem bem.

Edwin Rhone
Edwin Rhone

Artemis: Como tem sido a demanda de shows desde o lançamento do primeiro álbum?

Dallas: Tem crescido consideravelmente. Se tudo der certo, estaremos na estrada no início do verão [nos Estados Unidos, nosso inverno] de 2017.

Artemis: Vocês tem planos para turnês internacionais? Tem planos de vir ao Brasil?

Dallas: Até agora não há nada definido além da possível turnê pelos EUA na primavera/verão [do hemisfério norte] de 2017, mas prometo a vocês que farei tudo o que for possível para estar no máximo de lugares na Terra quantos forem possíveis.

Artemis: Quais são os planos de vocês para o futuro? O que podemos esperar?

Dallas: Pretendemos levar a banda o mais longe possível, é claro. Queremos lançar álbuns e fazer shows o máximo que pudermos. Uma das coisas que eu tenho certeza é que eu escreverei os álbuns da Narcotic Wasteland até morrer!

Artemis: Deixe uma mensagem para os leitores da Artemis Rock News!

Dallas: Eu quero agradecer, pessoalmente, a todos vocês que ouviram e entenderam o nosso primeiro álbum. Vocês têm um lugar especial no meu coração. E se você ainda não ouviu nosso álbum, e gosta de Death Metal de verdade, tire um tempo para ouvi-lo. Siga-nos em nosso site para saber as novidades sobre a banda. E, por último, gostaria a todos vocês que estão lendo esta entrevista e são entusiastas ávidos pela música assim como eu.

Vamos fazer do mundo um lugar melhor para viver! Abraços!

Para saber mais sobre o Narcotic Wasteland:

Website: http://www.narcoticwasteland.com/
F
acebook: http://www.facebook.com/narcoticwasteland

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