Por: Willian Jhonnes

Não adianta. Não importa o que nós façamos – nós da Artemis Rock News –, nós continuaremos sendo vistos (e tratados) da mesma forma: como aproveitadores. Não interessa se divulgamos GRATUITAMENTE a porcaria do show, o que importa é que queríamos, na verdade, entrar de graça. Em uma certa noite, saímos esgotados de um outro show, fomos até outro evento para auxiliar nossa equipe para que ela fizesse um trabalho competente e profissional e o que ouvimos? “Já liberei dois, o que custa liberar mais dois.” Cara, na boa, pega essa sua pose, a importância que você acha que tem, as bandas que você acha que fazem algo de relevante (musicalmente falando) e procure o caminho da roça. Sério, você não é nada pra desrespeitar quem quer que seja, pelo motivo que seja. E esse é, acreditem, apenas um dos motivos que me fizeram desistir de uma das coisas que mais julgava importante quando decidi, junto com a minha esposa, criar este site: o underground curitibano.

Nós não vivemos do underground. Nenhuma das bandas que cobrimos, divulgamos, resenhamos ou entrevistamos nos paga um centavo sequer. Nunca cobramos nada de ninguém e continuaremos nosso trabalho JORNALÍSTICO sem pedir nada em troca. A única coisa que queremos é o mesmo respeito com o qual tratamos a todos, sem exceção. Nunca aceitei que qualquer pessoa, independentemente da condição, posição, importância, relevância ou qualquer outro substantivo que denomine qualquer coisa correlata, viesse a me faltar com o respeito sem levar uma boa resposta como troco. Os anos me ensinaram a não bater mais de frente com quem não significa nada no final das contas e, principalmente, que isso é um grande desperdício de energia, portanto, não vou mais fazer nada disso. Com isso, deixo bem claro: não apoiaremos mais essas pessoas. Continuaremos apoiando a cena underground como um todo mas, de agora em diante, além de sermos muito mais criteriosos na escolha das pautas e a quem daremos apoio, simplesmente ignoraremos aquilo que não se encaixar em nossa linha editorial ou não se enquadrar em princípios éticos e profissionais minimamente razoáveis.

Estamos física e mentalmente cansados. Cansados de ver, invariavelmente, o mesmo ciclo se repetir, trocando, vez ou outra, algumas peças. Cansados da mesmice que se tornou essa cena, a qual não nos rende nada senão o cansaço físico. Cansados das maracutaias, tramoias, panelinhas, falácias, babaquices, piralhices, alfinetadas e xaropices de gente medíocre que, por ter uma falsa sensação de notoriedade, acha que pode – ou tem direito de – agir de maneira a desmerecer o trabalho dos outros. Nenhum desses idiotas (sim, esse é o adjetivo mais aplicável ao caso) nos rendeu um centavo sequer, seja direta ou indiretamente, para que eles se sintam no direito de nos desrespeitar. Então, não adianta: não vamos mais, de maneira alguma, ajudar aqueles que representam tudo isso que combatemos.

Não vou dizer que sinto muito, pois não sinto. Não me arrependo de qualquer coisa que tenha acontecido nesse tempo que estamos na ativa, afinal, foram elas que moldaram nosso trabalho e, a partir de agora, nos mostram o rumo a seguir. Continuaremos trabalhando com o mesmo profissionalismo que tem pautado o nosso dia a dia e continuaremos a cobrir eventos locais que tenham relevância e que nos tragam algum tipo de retorno. Não vou me desculpar pelas resenhas não publicadas, pelas fotos que não tive tempo de publicar, muito menos pelas críticas que fiz a quem quer que seja. A manutenção do meu site não é mantida por ninguém senão por mim. Não recebo nenhum centavo de ninguém para que me cobrem material não entregue, já que não há nada que me ligue a qualquer um. E, se em qualquer momento, qualquer um se sinta ofendido por qualquer coisa que eu tenha feito ou dito, seja pessoalmente ou através dessa coluna, estou, realmente, pouco me importando. Como sempre disse, digo novamente: se você se ofende por algo, mesmo que não cite seu nome, é porque você reflete justamente o que te ofende.

Portanto, pessoas, se não estão dispostos a nos apoiar e, principalmente, nos respeitar, não nos peçam apoio. Isso não vai acontecer e, na minha mais sincera humildade, sigam suas vidas e, se assim desejarem, deixem de acompanhar o que fazemos. Vocês, realmente, não são nosso objetivo e, principalmente, não são vocês que colocam comida na nossa mesa.